Barreiras Tarifárias e Não Tarifárias do Continente Americano: Como Identificá-las e Superá-las no Comércio Internacional
- Antonio Carlos Faustino
- 14 de abr.
- 3 min de leitura

Introdução
No cenário do comércio internacional, especialmente no continente americano, as barreiras tarifárias e não tarifárias representam desafios significativos para empresas que desejam expandir suas operações. Essas barreiras, muitas vezes utilizadas como instrumentos de política econômica, impactam diretamente a competitividade, o custo dos produtos e a fluidez nas relações comerciais entre países.
Neste artigo, vamos entender o que são essas barreiras, como elas se manifestam nas Américas e quais estratégias podem ser adotadas pelas empresas para superá-las.
O Que São Barreiras Tarifárias?
As barreiras tarifárias consistem na aplicação de impostos ou tarifas sobre produtos importados. O objetivo principal é proteger a produção interna, tornando os produtos estrangeiros menos competitivos. Exemplos comuns incluem:
Imposto de Importação: cobrado para entrada de produtos estrangeiros.
Taxas Aduaneiras Específicas: valores fixos por volume ou peso do produto.
Tarifas Escalonadas: quanto mais processado o produto, maior a tarifa.
Exemplo no continente americano:
O Brasil adota tarifas elevadas para produtos industriais vindos de fora do Mercosul. Já os Estados Unidos aplicam tarifas específicas a produtos agrícolas para proteger seu mercado interno.
O Que São Barreiras Não Tarifárias?
São restrições não monetárias que limitam a entrada de produtos estrangeiros, como:
Cot quotas de importação
Normas técnicas e sanitárias rígidas
Licenciamento de importação
Burocracia alfandegária
Restrições ambientais ou sociais

Essas barreiras, embora menos visíveis, podem ser ainda mais difíceis de contornar do que as tarifárias.
Exemplo:
A União Europeia impõe barreiras não tarifárias à importação de carne brasileira por questões sanitárias. Já o Canadá adota normas rigorosas para produtos farmacêuticos e cosméticos.
Como as Barreiras se Manifestam nas Américas?
Na América do Norte:
Os EUA adotam uma combinação de tarifas, subsídios agrícolas e normas técnicas.
O México, membro do USMCA (T-MEC), aplica regras mais homogêneas com EUA e Canadá.
Na América do Sul:
Países como Argentina e Venezuela frequentemente aplicam restrições administrativas, cotas e taxas de câmbio controladas.
O Mercosul tenta harmonizar tarifas externas, mas ainda enfrenta desafios internos.
Na América Central e Caribe:
Barreiras não tarifárias prevalecem, como exigências burocráticas e logísticas.
Acordos Regionais que Reduzem Barreiras
1. Mercosul
Objetiva a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, com tarifas externas comuns e eliminação gradual de barreiras.
2. Aliança do Pacífico
Composta por Chile, Colômbia, México e Peru, busca eliminar 90% das tarifas sobre produtos comerciais.
3. USMCA (ex-NAFTA)
Acordo entre EUA, México e Canadá que visa eliminar barreiras, padronizar regulamentos e facilitar o comércio.
4. CARICOM
Comunidade do Caribe com tratados de integração comercial e alfandegária.
Estratégias para Superar as Barreiras
1. Conhecimento dos Acordos Comerciais
Estudar os tratados que o país de origem e destino fazem parte é essencial para evitar tarifas desnecessárias.
2. Certificações e Normas Técnicas
Adaptar os produtos às normas técnicas do país importador (ex: FDA nos EUA, Anvisa no Brasil).
3. Consultoria Especializada
Empresas podem contar com assessorias em comércio exterior para planejar rotas e documentos adequados.
4. Logística Reversa e Planejamento Aduaneiro
Organizar o fluxo logístico e os procedimentos aduaneiros reduz tempo e custos.
5. Parcerias Locais
Aliar-se a distribuidores ou representantes locais ajuda a driblar barreiras não tarifárias.
O Papel da OMC e das Câmaras de Comércio
A Organização Mundial do Comércio (OMC) atua como árbitro em disputas comerciais e possui mecanismos para questionar barreiras comerciais injustas. Já as câmaras de comércio bilaterais oferecem suporte e mediação para empresas enfrentarem obstáculos.
Casos Reais
1. A disputa entre Brasil e EUA pelo suco de laranja:
Os EUA impuseram tarifas contra o suco brasileiro, alegando subsídios. A OMC deu ganho de causa ao Brasil.
2. A guerra tarifária entre China e EUA:
Apesar de não ser no continente americano, o reflexo dessa disputa impacta fortemente países exportadores da região.
3. Barreiras técnicas ao aço brasileiro:
O aço brasileiro enfrentou tarifas e exigências técnicas para entrar no mercado americano, levando à busca por novos mercados asiáticos e africanos.
Considerações Finais
No comércio internacional, especialmente no continente americano, as barreiras comerciais ainda são uma realidade. Entretanto, ao investir em planejamento, conhecimento técnico e estratégias de inserção no mercado externo, empresas conseguem superar esses obstáculos e expandir suas fronteiras comerciais.
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Referências
Organização Mundial do Comércio (OMC) – www.wto.org
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – Brasil
U.S. International Trade Commission – www.usitc.gov
Secretaria do Mercosul
CARICOM Regional Trade Policy
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