Série Resenhas -Livro #6: The Shock Doctrine — Naomi Klein
- Antonio Carlos Faustino
- há 2 dias
- 2 min de leitura

O capitalismo do desastre revelado
Em "The Shock Doctrine", a jornalista e ativista canadense Naomi Klein expõe uma tese ousada: crises e desastres têm sido utilizados deliberadamente como oportunidades para impor reformas econômicas radicais — quase sempre em favor de grandes corporações e elites financeiras, em detrimento da população comum.
Publicado em 2007, o livro se tornou um best-seller internacional, oferecendo uma leitura inquietante sobre os bastidores da política econômica global.
A teoria do choque
Klein baseia sua argumentação na ideia de que, durante momentos de choque coletivo — guerras, golpes de Estado, desastres naturais ou crises econômicas — as sociedades ficam desorientadas e, nesse estado de vulnerabilidade, aceitam mudanças políticas e econômicas que jamais aprovariam em tempos normais.
Essa "doutrina do choque" estaria ligada, principalmente, às práticas neoliberais inspiradas no economista Milton Friedman e aplicadas desde os anos 1970 em países como:
Chile: Após o golpe de Pinochet, com a implantação de reformas radicais de livre mercado.
Argentina: Durante a ditadura militar, marcada por repressão e privatizações.
Rússia: Na transição pós-soviética, com uma onda de liberalização econômica caótica.
Iraque: Após a invasão de 2003, com a privatização agressiva de setores estratégicos.
O papel das corporações e dos governos
Segundo Klein, as grandes corporações e consultorias globais se beneficiam ativamente das crises, vendendo soluções "de mercado" que ampliam suas próprias margens de lucro. Governos aliados aplicam essas soluções, muitas vezes impondo políticas de austeridade, privatizações e redução de direitos sociais.
Esse modelo de "capitalismo de desastre" transformaria catástrofes humanas em oportunidades de negócios, aprofundando desigualdades sociais.
Relevância atual
A obra ganhou ainda mais relevância nas últimas décadas, especialmente após a crise financeira de 2008 e a pandemia de COVID-19, momentos em que muitos observaram estratégias semelhantes de exploração do choque para reconfigurar sistemas econômicos.
"The Shock Doctrine" é, assim, uma leitura essencial para compreender os mecanismos invisíveis que moldam nossas sociedades contemporâneas — e para resistir à naturalização da ideia de que "não há alternativas" às reformas neoliberais.
Reflexão final
Ao ler Naomi Klein, o público é convidado a questionar narrativas oficiais, entender quem realmente se beneficia das crises e buscar formas de organização e resistência em tempos de instabilidade.
Para ativistas, estudantes de ciências sociais, jornalistas e cidadãos críticos, "The Shock Doctrine" é mais do que uma análise: é um chamado à vigilância e à ação consciente.
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