Tecnologias Emergentes nas Américas: Redesenhando as Relações Internacionais
- Antonio Carlos Faustino
- há 4 dias
- 4 min de leitura

As relações internacionais do continente americano estão sendo transformadas por um novo protagonista: as tecnologias emergentes. De inteligência artificial (IA) a 5G, passando por blockchain e cibersegurança, essas inovações estão reformulando alianças, disputas e estratégias diplomáticas. Este artigo analisa como esses avanços tecnológicos estão impactando a dinâmica geopolítica das Américas.
A ascensão das tecnologias emergentes
O termo "tecnologias emergentes" abrange um conjunto de inovações disruptivas que têm potencial para transformar setores inteiros. IA, Internet das Coisas (IoT), big data, 5G, blockchain e computação quântica são alguns exemplos. Essas tecnologias estão remodelando o poder global e provocando reações diplomáticas em cascata.
A inteligência artificial como vetor diplomático
A IA é uma das mais influentes tecnologias emergentes. Os Estados Unidos mantêm uma liderança tecnológica tradicional, mas enfrentam crescente concorrência da China, que vem investindo pesadamente em IA. Para os países latino-americanos, a IA representa uma ponte de integração com grandes potências tecnológicas, mas também um risco de dependência tecnológica, como destaca El País (2025).
Diplomacia digital e soberania tecnológica
A diplomacia digital é a incorporação da tecnologia nos processos diplomáticos. Plataformas digitais permitem comunicação direta entre governos, cidadãos e instituições, enquanto também criam novos cenários de disputa por narrativas. A soberania tecnológica passou a ser pauta prioritária em várias chancelarias do continente, inclusive com a criação de órgãos voltados para a ciber-diplomacia.
A disputa 5G: EUA x China nas Américas
O 5G é outra tecnologia emergente com impacto direto nas relações internacionais. Os EUA tentam conter o avanço da Huawei na América Latina, enquanto China firma parcerias bilaterais oferecendo infraestrutura a preços competitivos. O Brasil, por exemplo, optou por um modelo "neutro" no leilão do 5G, mantendo canais abertos com ambas as potências.
Cibersegurança: nova fronteira de poder
Os ataques cibernéticos são considerados hoje um dos maiores riscos à segurança nacional. Em 2023, a Costa Rica declarou estado de emergência após um ataque massivo de ransomware. O episódio revelou a vulnerabilidade digital da região e levou diversos países a fortalecer suas políticas de ciberdefesa. EUA, Canadá e Brasil lançaram iniciativas bilaterais e multilaterais para combate à cibercriminalidade.
Blockchain e transparência internacional
O blockchain vem sendo usado para aumentar a transparência em processos de cooperação internacional, como na fiscalização de acordos ambientais e no rastreamento de cadeias produtivas. A tecnologia também reforça a integridade de eleições e acordos comerciais, ganhando relevância diplomática.
Iniciativas regionais e integração digital
Organismos como a CELAC e o BID têm promovido agendas voltadas à inovação e integração digital. Projetos como a "Rota Sul-Americana de Fibra Óptica" e o "Mercado Digital Regional" buscam garantir soberania e redução da dependência de grandes corporações estrangeiras.
Desafios éticos e regulação
O uso de IA e outras tecnologias levanta questões éticas sobre privacidade, desinformação e desigualdade. A ausência de regulação comum entre os países dificulta a criação de marcos legais eficazes. A cooperação internacional pode ser uma via para normatizar o uso de tecnologias emergentes.
O papel do Brasil
O Brasil surge como ator relevante na diplomacia tecnológica. Além de ser um hub regional de inovação, o país participa ativamente de fóruns internacionais sobre regulação de IA, criptomoedas e cibersegurança. Também busca alianças com União Europeia, China e EUA para garantir acesso a tecnologias estratégicas.
Conclusão: um continente em transição digital
As tecnologias emergentes estão redefinindo os contornos das relações internacionais nas Américas. Ao mesmo tempo que oferecem oportunidades de desenvolvimento, também impõem novos desafios em termos de soberania, segurança e equilíbrio de poder. A chave estará em encontrar um caminho que equilibre inovação, inclusão e autonomia.
Gostou deste artigo? Apoie aqui o blog Bom Dia América compartilhando este post, assinando nossa newsletter e conheça livros e produtos sobre geopolítica e tecnologia na Amazon com nosso link de afiliado.
Referências:
EL PAÍS. América Latina ante la IA: ¿regulación o dependencia tecnológica?. El País, 2025. Disponível em: https://elpais.com/. Acesso em: 12 maio 2025.
FARNWORTH, Eric. In an Insecure World, Americans Should Look South. Barron’s, 2024. Disponível em: https://www.barrons.com/. Acesso em: 12 maio 2025.
WIKIPEDIA. Digital diplomacy. Wikipedia, 2025. Disponível em: https://en.wikipedia.org/. Acesso em: 12 maio 2025.
WALL STREET JOURNAL. How China Capitalized on U.S. Indifference in Latin America. WSJ, 2025. Disponível em: https://www.wsj.com/. Acesso em: 12 maio 2025.
Sugestões de Produtos Amazon para aprofundar suas análises:
1. Livro: “A Era do Capital Improdutivo” – Ladislau Dowbor
Ideal para entender como tecnologias financeiras moldam o poder global.
2. Livro: “Os próximos 100 anos” – George Friedman
Explora tendências estratégicas globais com foco em tecnologia e poder.
3. Livro: “Nexus: Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial - Yuval Noah Harari
4. Livro: “Geopolítica das Emoções” – Dominique Moïsi
Analisa os impactos culturais e políticos da tecnologia nas nações.
5. Livro: “Blockchain Revolution” – Don Tapscott e Alex Tapscott
Mostra como o blockchain está remodelando governos e negócios.
6. Fone de ouvido sem fio Bluetooth Chamada de voz sem fio
Tecnologia de ponta para entender o uso da IA no cotidiano.
7. Roteador Wi-Fi 6 com suporte 5G
Produto tecnológico que exemplifica a revolução digital no continente.
8. Curso Online de Geopolítica e Tecnologia (Udemy/Amazon)
Cursos que aprofundam o impacto da tecnologia nas relações internacionais.
Comments